26 de abril de 2010, segunda-feira

Sossego.
Finalmente sossego. Fazia tempos que não me sentia tão bem comigo mesma, tão tranquila (aí, como dói esquever sem o trema!), tão em paz. Aquela paz que tanto clamei de outra vez...
E que me desculpe o mundo todo. Mas não quero deixar essa paz ir embora não. Logo, se precisar, mandarei todo mundo pra pu** que pa*** mesmo. E olha que eu mando mesmo.
Hoje foi um dia calmo, como estava falando.
Acordei cedo, só por via de regra; discursão matinal, só por via de regra; promessas, sempre as promessas; cama. O sono dos culpados, dos merecidos, não me importa que nome dêem, sono. Dormi por uma vida. Ou talvez tenha dormido apenas pela minha vida. Ela precisava de um descanço. Um feriado, umas horinhas de "fechado para reformas".
E foi fechado MESMO. Portas, janelas, telefone, celular, televisão, computador. Tudo. Uma manhã inteira fora do mundo. Já passaram por isso? É incrível, se me permitem dizer. Nenhum problema. Nem os seus, nem os dos outros, nem os do mundo, nem os dos personagens dos seriados. Simplesmente nada. Um nada aconchegante, para não alarmar os que tem medo da palavra.
Ah! quase esqueço, a promessa.
Odeio promessas. Tão vazias e tão cheias de esperança, ao mesmo tempo. Mas era para alguém especial, aquela a quem dou tudo, faço tudo, inclusive promessas.
Logo, a promessa.
Foi aos poucos que fui "voltando" ao mundo, para não sentir o impacto muito forte, eu sempre fui daquelas que tira o band-aid bem devagarinho, por mais que doa. Primeiro a televisão. Uma voz que não fosse a minha, estranho. Depois foi a vida que foi tomando seu lugar. A Nayuki reclamando para que eu brincasse com ela, minha vó batendo na porta para ir almoçar.
Então o computador. Estudar. Persas. Liguei o msn, atrevidamente, mas no modo offline, só por segurança, e, adivinhe só: estavam todos lá. Todos com suas vidas, cuidando delas como devem.
Trabalho de Literatura! Como pude me esquecer! Oswald de Andrade. Grande homem, grande vida a dele! Muito inspirada e inspiradora. Tanto é que passei o resto da tarde escrevendo sobre ele, tecendo uma rede de multiplas informações, selecionando, procurando, editando...
Pré em foco, tive que espantar as moscas, coitado!
O celular continua desligado, por segurança.
Ah, droga, o telefone, quem será? Se for minha mãe, devo atender. Mas não quero falar com ninguém mais! Não dá é para adivinhar não é mesmo?
Uma mulher qualquer de uma empresa qualquer, vendendo um produto qualquer.
Tudo bem, é o trabalho dela. Ela está só vivendo a vida dela.
Sei que minha mãe está assistindo e vai me culpar por isso, mas assisti uns episódios de Doctor Who hoje! Os 4 últimos da segunda temporada, não pude resistir!
O telefone de novo, tenso.
"Vou demorar".
Claro, ela sempre demora. Fui jantar, ué. Um pouco de molodrama na sala com a vovó, novela das seis, sete, ou seja lá qual for, é besta. Lavar pratos. Casa. Cama?
Visita. Alguém lembrou de mim? Não, não, vieram só buscar uma camisa. Melhor assim, eu acho.
Ah, droga, o telefone. Não pode ser ela, não de novo! Não era.
"Blábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá....bláblábláblábláblábláblábláblá."
- Hmhm, umhm.
"Blábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá"
- Tá.
Saco, sabia que ia acontecer, mais cedo ou mais tarde! Não tinha como fugir. Aliás, até tinha, mas não para sempre!
E o telefone de novo. O que há com ele? Devia ter tirado da tomada.
Outra pessoa, ao menos.
Mais "bláblábláblábláblábláblábláblábláblá".
Esse foi mais difícil de desligar.
E até que chego aqui, meu blog. E ela nem chegou ainda.
Ao menos continua tudo sossegado por aqui. Vou voltar a assistir Doctor Who, eu acho. Ah! meu remédio, antes que me esqueça, caso contrário não consigo acordar amanhã para ir pra aula (se bem que não seria tão ruim, amanhã tem posse da liderança, blargh).
A casa está uma bagunça, se vier mesmo (o que não posso declarar com toda a certeza do mundo), vai brigar, ah, vai.

Comentários

Unknown disse…
As vezes, bem as vezes, faço isso tbm, e antes era realmente revigorante, simplesmente esquecer o mundo. Mas hoje tem uma diferença, como moro só, muitas vezes o problema é o vazio da solidão.
E eu q achava q morar sozinha era a melhor coisa do mundo, a realizaçãoo de um sonho.
É mais seguro saber q depois de um tempo alguém voltará pra trazer o mundo de volta.

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