Em terceira pessoa

Essa história não tem nada haver com nada (só para que vocês fiquem logo sabendo). Não é uma história baseada em fatos reais, mas toda história que contamos, leva um pouco de nós dentro delas. É, por que a imparcialidade mesmo não existe. Então nós colocamos um pouquinho de nós dentro de tudo que fazemos, avalie contando uma história!
Era quente. Muito quente. Aquele calor que faz coçar a cabeça e os cabelos da nuca ficarem eriçados de calor. Um calor que faz a mente fervilhar e escrever por horas coisas sem sentido (oi? qualquer semelhança é mera coincidência, como eu já disse antes).
Ela estava sentada na frente de um computador pensando que talvez devesse ler um livro, talvez dormir, já que trabalharia cedo no outro dia, qualquer coisa melhor do que ficar fuçando a vida de ex-paixões pela internet. Mas estava sem saco pra vida.
Nem mesmo a televisão e o comprimido para dormir que tomava toda noite faziam efeito no seu sono naquele dia. Talvez fosse somente o calor, ou talvez fosse o desejo que tinha de que as coisas melhorassem finalmente se ela escrevesse linhas e linhas contando ao mundo tudo que sentia, tudo que estava acontecendo.
Há dias levara uma queda (será que fora mesmo uma simples queda?) que ainda a fazia sentir dores no ombro. E mesmo assim não conseguia parar de digitar. Pensava que talvez digitando curasse todas suas dores. Talvez escrever fosse o seu grande milagre.
Sim, por que há muito tempo ela esperava por um milagre. Algo que a salvasse dela mesma. De seus pensamentos pérfidos.
Sua mente rolava debatendo algo confuso e complexo que ela mesma não saberia explicar. Quisera ela que alguém A explicasse! Mas não era possível. Ela teria mesmo que conviver com aquela situação, aquela confusão, como sempre convivera.
Vagava também sobre outras coisas. Já nem sabia mais sobre o que escrever, mas tinha que continuar, o que faria de sua vida se parasse? 
Agora encontrara um furo em seu pijama velho, e sua cachorra queria brincar de bola. Coisas normais, de uma vida normal, mas ela não se sentia normal. Sentia-se estranha. Entretanto, não podia contar a ninguém. Claro. A quem contaria? Sua mãe dormia. Sua vida girava em torno dela, mas ela estava cansada, as duas estavam. Tinham que sobreviver, as duas, juntas, e, portanto, uma tinha que dar descanso a outra. Se uma podia escrever, a outra poderia dormir.
Mas algo estava diferente. A moça da novela dizia que trabalhar era a melhor coisa que podemos fazer quando bate o desespero. E não era isso que ela estava sentindo? Desespero? E não era isso que era escrever? Um trabalho? O mais leve e o mais árduo. Era por em letras seus anseios.
E mesmo as letras já não bastavam.

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