A necessidade de escrever

De novo aquela sensação.
Lá estava ela, sentada com seu computador no colo, escrevendo. Aquilo era normal. Mas quando se tornou um esforço? Não, um esforço não. Um sofrimento.
Acho que é por que escrever, era por para fora seus sentimentos mais profundos. Seus segredos mais secretos ali, escritos numa tela, no preto e no branco, para qualquer um ler.
Qualquer coisa que pensasse, que sentisse, qualquer amor sofrido e não compreendido, para todos verem. Era como um sonho erótico sendo exibido numa tela de sessão da tarde.
Mas é assim mesmo. Escrever é mesmo como dispor-se nua em frente do mundo, para os olhos dos curiosos.
É quase imoral, se você pensar bem.
Mas voltando a ela. Ela sentia-se bem, no final das contas. Estranha, mas bem. Despida, mas bem. Quase como se estivesse baleada no peito, mas bem, after all. Era como se, depois de um dia cansativo, ela achasse sua cama, e tudo ficasse bem lá. Mesmo que sua vida estivesse uma confusão por dentro.
Sua mente fluía e ela escrevia.
Seu coração doía. E ela continuava escrevendo (como se fosse curar alguma coisa, pff).
Era quase irônico também, o jeito que ela escrevia. Como se resolvesse algo. Como se aquilo fosse a única coisa que ela poderia fazer.
E era, eu acho.
É, era.

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