Ghost town
Estou tentando achar uma razão para acreditar. Acreditar que sou alguém. Que valho a pena. Eu sempre tomo toda a culpa para mim. Acho que sou culpada de tudo. Dele não me amar, de eu não conseguir, da tristeza do mundo. Da fome e da guerra. Da cretinagem toda que existe por aí.
E eu o vejo perto de mim, e choro. Choro copiosamente. Sinto mesmo. A dor que me invade. Está na minha mente, no meu corpo, dentro e fora de mim.
Eu digo pra ele - será que não podemos nos resolver? será que não podemos conversar? - mas ele não me ouve mais. Acho que nunca ouviu.
Cada pessoa acha que tem uma razão de ser. Eu só tenho razões para não ser.
O que você quer que eu faça? Sobre o que é isso? O que quer que eu mude? Por que eu estou tentando. Sempre tentei, de todas as formas. Talvez uma vez que seja, de todas elas, eu consiga te satisfazer.
Eu só queria que soubesse meu nome. Meu verdadeiro nome. O que você nunca me chamou. Sou Gabriella: filha, neta, estudante, aspirante à jornalista, espírita, amante de greys anatomy, viciada em ler...
Mas eu tenho esses meus fantasmas vivendo dentro de mim. Eles não se cansam de me perseguir.
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