a pessoa ideal.

Ele era perfeito. A pessoa ideal. E era meu. Meu amor, meu namorado, meu tudo. Era tudo aquilo que eu esperava que ele fosse. Atendia a todas as minhas expectativas. Era como o sol nascendo bem cedinho na praia: lindo e inofensivo. Não machucava ninguém, e, ao mesmo tempo, era como uma fortaleza. Com ele me sentia segura, com ele eu estava segura. Nada poderia me abalar.
Era tão educado quanto eu nunca fui. Era inteligente de maneiras que eu não sabia explicar. Passávamos horas falando sobre livros, filmes, músicas. Mas também passávamos horas discutindo as mais diversas besteiras, como as formas das nuvens, as cores dos meus esmaltes, a maneira engraçada como algumas pessoas falavam...
Ele conhecia tudo sobre mim. Talvez até mais do que eu mesma. Ele me trazia desenhos para pintar quando sabia que estava com raiva. Como ficar com raiva dele, afinal de contas? Ele parecia ler meus pensamentos. Sabia de todos os meus desejos. Sempre aparecia com um sorriso nos lábios e um pote de sorvete nos dias chuvosos. Ria quando eu me irritava e se desculpava mesmo quando tinha razão. “Não vale a pena”, dizia, quando eu tentava brigar com ele.
Ele era tudo que eu queria. Que eu sempre quis. Ele me respeitava sempre que possível, e me “desrespeitava” sempre que necessário. Sempre gostei de ser contrariada mesmo. Ele nunca me deixou na mão quando ligava chorando e vinha correndo ao meu encontro. Mesmo que fosse apenas para eu dizer que algum personagem morreu no livro que estava lendo. E ele sentava ao meu lado e curtia o luto comigo.
Ele me tratava como inocente, mas com ele eu me sentia uma mulher. Ele sempre dava outro sentido a tudo o que eu dizia. Era o único que realmente chegava a entender o que eu dizia. E era muito bom nisso.
Era bom também em me enlouquecer. Ele me beijava sempre como se fosse a primeira vez, e me tocava sempre como se fosse a última. Ele sabia exatamente o que fazer e como fazer, e o fazia sempre. E era magnífico no que fazia. Não me importava com nada quando estava com ele. Deixava-me levar por suas mãos e por seus sussurros em meu ouvido. Era apenas um brinquedo em seus braços, que me conduziam por prazeres que só ele sabia me proporcionar. Era um homem. E que homem! Era meu homem.
Meu corpo todo era sensível ao seu toque. Não havia segredos entre nós. Era para ele que ligava quando a noite parecia insuportavelmente escura. Ou quando o silêncio parecia ensurdecedor. Ou quando a dor parecia sem fim. Ele sempre atendia. Ele sempre escutava e me entendia. Ele sempre tinha algo a dizer, ele sempre dava um jeito. Ele era meu jeito para tudo. Ele sempre percebia quando eu cortava o cabelo ou comprava um batom novo.
Ele simplesmente não tinha como ser mais perfeito.
- Acorda, menina! Vai chegar atrasada.
- Droga, mãe, o sonho estava tão bom!

Outro  texto da facul, rs. To adorando isso *-*
Beijos a todos.

Comentários

Danielle Martins disse…
Tu pensa que aqui é o Infoca? rsrs

Saudade dos "seus" textos!
Te amo!
Danielle Martins disse…
Tem selinho pra você no
http://olhosdocoracao-danielle.blogspot.com/

Bjs!

Postagens mais visitadas deste blog

Sophie Kinsella

Quero tanto

love is a bitch