A insustentável leveza do Ser

Quem nunca leu Milan Kundera provavelmente não vai entender o que estou falando. Mas, terminar A insustentável leveza do ser deixou alguns buracos sem resposta dentro de mim.
Você vai lendo e tentando acompanhar cada reflexão feita, cada conclusão que se chega. Para mim, a parte mais emocionante nem foi a morte de Tomas e Tereza, ou a resolução do amor sublime que os dois tinham, ou os pensamentos sobre guerra, coragem, comunismo, valores.
Para mim, o mais importante foi a Quarta parte: a alma e o corpo. O confronto de Tereza com o espelho, a percepção da luta que estava metida, entre sua alma e o seu corpo.

Ela foi se vestir. Estava diante de um grande espelho. (...) Subitamente, tem vontade de despedir esse corpo como quem despede uma empregada. De ser para Tomas apenas uma alma e expulsar para longe esse corpo (...). Já que seu corpo não soubera se tornar o único corpo para Tomas e que perdeu assim a maior batalha da vida de Tereza, pois bem, que fosse embora!
Me enxerguei nas indagações de Tereza. Quem se chamava Tereza, seu corpo ou sua alma? Quem tinha o direito a apropriar-se de suas características  que a faziam única? Quem é que ama, quem é que sofre. Quem é que está vivo?
Disseram-se que o corpo e a alma são como um só e que deviam estar sempre em sincronia. Mas o que fazer quando um quer uma coisa e o outro quer uma coisa totalmente diferente? A quem obedecer? A quem se pode escutar? Qual é o mais confiável?
Às vezes não sei quem sente por mim. O corpo ou a alma?
Quem souber já pode me dizer, por que estou igual Tereza, tentando despedir meu corpo e achar um que se entenda com minha alma!


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