Meu retrato, e não o de Dorian Gray
Eu estou lendo Oscar Wilde. Mais especificamente O retrato de Dorian Gray. Ainda não terminei. Estou na metade, na verdade. Mas já me deu muita coisa para pensar. Como seria se eu pudesse me observar como Dorian se observa, de fora. Como se não estivesse acontecendo com ele. Como seria minha reação de fronte a um espelho que me retrataria da forma mais humana e pecadora possível. Deu foi um nó na minha cabeça. Deixa eu explicar: Na história, Basil (artista, pintor, amigo e adorador de Dorian) pinta um quadro de Dorian, que, mais tarde, fascinado pelas reflexões de um certo Lord Henry, nada supérfluas, vê que a sua beleza e juventude é apenas passageiro. Ele se assusta e praga o quadro, por ter marcado uma fase tão linda de sua vida, quando ele, Dorian, iria desgastar-se. Mas o que acontece é justamente o contrário. Enquanto o personagem comete pecados e é acometido pelo tempo, quem muda é o quadro. Ele, Dorian, fica intacto. Não quereria eu ficar intacta. Já ima...